27 dezembro, 2011

Dinossauros herbívoros encontrados pela primeira vez Antártida

A presença de grandes dinossauros herbívoros foi registrada pela primeira vez na Antártida. Num trabalho dirigido por Ignacio Alejandro Cerda, do CONICET (Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas da Argentina), explica-se que a espécie titanossauro, pertencente aos saurópodes, teve uma distribuição mundial, pelo menos durante o Cretáceo Superior. O estudo está publicado no jornal alemão «Naturwissenschaften».
Até agora os vestígios de saurópodes, um dos grupos mais comuns de dinossauros herbívoros tinham sido encontrados em todos os continentes exceto na Antártida.
Nas últimas duas décadas foram feitas algumas descobertas de dinossauros na Ilha James Ross (extremo nordeste da Península Antártica). Mas é a primeira vez que se encontra um saurópode.
Os investigadores apresentam no artigo agora publicado uma descrição detalhada do fragmento de uma vértebra da cauda, recuperada naquela ilha. O tamanho e a morfologia específica da amostra levam os investigadores a identificá-lo como um “titanossauro avançado”.
Estes dinossauros apareceram durante o Cretáceo inferior e compõem o grupo mais predominante de saurópodes. Extinguiram no final do Cretáceo, juntamente com a grande maioria dos dinossauros. Apesar de ter sido uma das espécies mais comuns e com maior êxito, a sua origem e dispersão não estão ainda totalmente esclarecidas.

19 dezembro, 2011

Nova espécie de dinossauro descoberta em Museu de História Natural

Após quase um século no local, uma nova espécie de dinossauro com chifre, conhecida como Spinops sternbergorum, foi encontrada no depósito do Museu de História Natural da Inglaterra.
Os restos do herbívoro, da mesma família do Triceraptor, foram escavados junto com um grande grupo de fósseis, na chamada “cama de ossos” de Alberta, no Canadá, em 1916.
Mas a ossada não foi levada a sério pelo responsável de Geologia do Museu na época, e ficou quase 100 anos guardada, até que especialistas perceberam a novidade.
Ela foi reencontrada por um grupo de pesquisadores que decidiu dar uma nova olhada nos fósseis. O líder do grupo, Andrew Farke, afirma que “sabia na hora que o fóssil era diferente, e foi muito excitante aprender sobre sua evolução”.
“Aqui temos não apenas um, mas diversos indivíduos das mesmas espécies, então estamos confiantes de que não se trata apenas de um exemplo estranho, mas de uma espécie até então desconhecida”, diz.
Os paleontologistas terão que redefinir a forma com que o grupo dos dinossauros com chifres, herbívoros e com extensões ósseas no pescoço é classificado.

Paleontólogos encontram fóssil de nova espécie de crocodilo no interior de São Paulo

Paleontólogos encontram fóssil de nova espécie de crocodilo no interior de São Paulo. A descoberta enriquece o cenário pré-histórico brasileiro e contribui para os estudos sobre a vida no Cretáceo.

O interior do estado de São Paulo possui um dos sítios paleontológicos mais férteis do Brasil. Nele já foram encontrados fósseis de espécies de dinossauros, tartarugas e, agora, mais uma descoberta engrossa a lista dos crocodilos pré-históricos paulistas.
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) acharam o fóssil de uma nova espécie de crocodilo na Bacia Bauru, região que abrange o interior de São Paulo, Mato Grosso do Sul, o norte do Paraná e o sul dos estados de Goiás e Minas Gerais, mais precisamente no município de Monte Alto.
Da família dos Sphagesauridae, o Caipirasuchus paulistanus – como foi batizado pelo grupo – teria vivido no período Cretáceo, entre 85 e 90 milhões de anos atrás.
A análise do material coletado – um crânio bem preservado e parte do pós-crânio – sugere um animal terrestre, com possíveis hábitos noturnos, ágil e capaz de se deslocar por longas distâncias, diferente de seus parentes mais próximos que ainda vivem na Terra.
“Os crocodilos desse grupo são muito especiais”, afirma o geólogo Ismar de Souza Carvalho, um dos autores do estudo.
“São pequenos e não medem muito mais do que um metro. Os olhos são posicionados de maneira lateral, diferente do que vemos nos crocodilos atuais, e as narinas ficam na parte anterior do focinho.”


Uma espécie exótica


Além da posição dos olhos e das narinas, a dentição do novo crocodilo também chamou a atenção dos pesquisadores, conta Carvalho.
“Os dentes posteriores do crânio formam uma coroa triangular e são transversais, enquanto os anteriores têm uma forma cônica. Na mandíbula, os dentes anteriores estão em uma fileira central e os posteriores, em uma linha diagonal. Esse tipo de padrão de dente não tem similar entre os crocodilos atuais.”

Essa estrutura, aliada às demais características anatômicas do animal, indicam uma dieta diversificada, peculiar entre os crocodilos, que poderia incluir carne, vegetais, raízes duras e até mesmo conchas de moluscos que vivem em água doce.
“O ambiente e as relações ecológicas exigiram essas adaptações”, explica o paleontólogo Fabiano Iori, outro autor da descoberta.
“Logo, ao analisarmos esses aspectos, teremos subsídios para imaginar o seu contexto ambiental”, completa. Portanto, o feito pode trazer novas considerações sobre a vida no interior de São Paulo durante o Cretáceo.
Segundo os pesquisadores, a extrema especialização do animal, com sua anatomia e alimentação singulares, teriam inviabilizado a continuação da espécie. Hoje, não é possível encontrar crocodilos semelhantes.

Por uma paleontologia brasileira


O nome Caipirasuchus paulistanus é outra peculiaridade do crocodilo encontrado no interior de São Paulo.
Iori descobriu o fóssil no dia 9 de abril, aniversário do famoso ator brasileiro Amácio Mazzaropi (1912-1981), conhecido por sua essência caipira e pelos sucessos de bilheteria nos cinemas do país.
Para Carvalho, batizar a nova espécie com essa homenagem ao ator faz parte de um esforço do grupo para dar uma identidade à paleontologia nacional.

“O que estamos dizendo é que, sim, nós temos animais pré-históricos abaixo da linha do Equador e que eles, muitas vezes, não são iguais aos que existiram nos outros lugares. E assim como nós temos a nossa cultura, como o homem caipira tem sua cultura, nós na paleontologia também temos uma identidade única para nossos fósseis.”
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