31 julho, 2011

Há 70 milhões de anos, supercrocodilo mineiro comia dinossauros

O paleontólogo Alexander Kellner, um dos principais "caçadores de dinossauros" do Brasil, costuma dizer que, "na maioria das vezes, questões relacionadas aos aspectos da vida dos animais que fizeram parte do passado geológico do nosso planeta não têm resposta”.

Membro da Academia Brasileira de Ciências e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o seu trabalho é montar um quebra-cabeça infinito - sem saber onde estão as peças nem qual será a imagem final.
Em busca destas peças que ajudem a entender como o planeta era há milhões de anos e como ele se tornou o que é hoje, pesquisadores têm descoberto no Triângulo Mineiro, no interior de Minas Gerais, um manancial de fósseis que estão deixando o retrato do planeta cada vez mais interessante.
A mais recente descoberta no local indica a existência de uma espécie de supercrocodilo pré-histórico, extinto há 70 milhões de anos.
Com três metros de comprimento, o chamado Pissarrachampsa sera aterrorizava a região. “Considerando a fauna neste período, na América do Sul, as possíveis presas dele incluiriam outros crocodilos e dinossauros”, explica Felipe Montefeltro, pesquisador brasileiro que está na Universidade MCGill, no Canadá. Ele publicou recentemente um estudo referente à descoberta do crocodilo mineiro.
Montefeltro conta que este tipo de espécie de crocodilo só teve registro no Triângulo Mineiro, mas outras espécies do grupo foram registradas em São Paulo e Argentina. “Comecei os estudos em 2008, quando fomos informados da ocorrência de fósseis em Campina Verde (cidade a 672 quilômetros de Belo Horizonte).
Até o momento, encontramos basicamente esta única espécie, variando de fragmentos, como crânios, até espécimes mais completos. Com base na morfologia, podemos dizer que seriam terrestres, carnívoros e possivelmente bem ativos”, explica ele.

Berço de fósseis

O professor Vicente de Paula Antunes Teixeira, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), conta que existem registros de fósseis na região desde 1945 e estima-se que apenas 1% de material histórico tenha sido encontrado até agora.
Ele lembra que uma das últimas espécies de dinossauro no Brasil teve registro encontrado em Uberaba, em 2004. O Uberabatitan ribeiroi, com 3,5 metros de altura, viveu há 65 milhões de anos.
“De março a setembro, sempre estamos escavando. Há muitas espécies de dinossauros ainda a descobrir Uberaba”, conta ele, esperançoso.
Teixeira explica que, após ser descoberto, o fóssil é retirado da terra e encaminhado ao laboratório para análise. Em seguida, é feita uma réplica de espuma do animal e um desenho de como ele seria. Depois, o material é catalogado e segue para exposição em museus.
O promotor de Defesa do Patrimônio Público do Estado de Minas Gerais Marcos Paulo de Souza Miranda afirma que os fósseis do crocodilo de Minas ficarão sob custódia de instituições do Estado após estudos por pesquisadores paulistas.
Hoje, os fosseis dos crocodilos encontram-se na Universidade Federal de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto.
Após a pesquisa de Montefeltro, em quatro anos o material deve retornar ao Estado de origem, graças a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público de Minas Gerais e a USP.


30 julho, 2011

Paleontólogos realizam escavações em Marília

Os pesquisadores procuram fósseis do Titanossauro.

Pesquisadores de três universidades brasileiras recomeçaram na quinta, os trabalhos de escavações em Marília.

Desta vez, eles estão usando máquinas para escavar a rocha. Os pesquisadores procuram por fósseis do Titanossauro, uma espécie com pescoço longo que se alimentava de folhas e que viveu na região há milhares de anos.
Apesar do barulho, o trabalho é cuidadoso e lento. Com a ajuda de tratores e máquinas para perfurar o solo, quatro paleontólogos fazem as escavações.
Os pesquisadores acreditam que de baixo de cinco metros de rocha exista um fóssil de Titanossauro totalmente preservado. O bicho viveu na região há 70 milhões de anos.
Achar um único osso de dinossauro é considerado um golpe de sorte, mas o corte feito na rocha para a construção da rodovia que passa pelo município de Marília deixou diversos fragmentos praticamente pendurados no barranco.
A descoberta considerada rara atraiu a atenção dos caçadores de dinossauros. Profissionais do Distrito Federal e do Rio Grande do sul estão em Marília.
A escavação pode demorar meses. O Titanossauro se apoiava em quatro patas e tinha rabo e pescoço bem longos.
Se alimentava basicamente de plantas e media 12 metros de comprimento. O fóssil é considerado um tesouro pelos cientistas.
"Parte da coluna vertebral do dinossauro, até onde nós pudemos avaliar, está preservada. As vértebras estão fusionadas umas às outras e isso futuramente, após a remoção total do material, vai permitir grandes estudos morfológicos e anatômicos para nós determinarmos qual espécie de titanossauro era.
Mas nós já temos algumas suspeitas que indicam ser este Titanossauro uma espécie nova para o Brasil e para a América do Sul" explica o paleontólogo William Nava.
A região de Marília é famosa em todo o país pelas descobertas. Um crocodilo de 90 milhões de anos já foi encontrado na cidade.
Até hoje, o único vestígio dessa espécie no mundo. Todo o resultado das escavações vai para o museu de paleontologia da cidade. Em todo o interior paulista são apenas dois como este: o de Marília e o de Monte Alto.

28 julho, 2011

Pegadas em MS podem ser de dinossauros, dizem pesquisadores

Pegadas fossilizadas em rochas estão às margens do rio Nioaque, em MS

Equipe técnica visitou sítio paleontológico em Nioaque no dia 12 de julho. Estudiosos estimam que vestígios foram deixados há 140 milhões de anos.

Pegadas que podem ter sido deixadas por dinossauros há cerca de 140 milhões de anos estão despertando o interesse de estudiosos, que visitaram no dia 12 de julho um sítio paleontológico em Nioaque, cidade a 170 quilômetros de Campo Grande.

Os vestígios pré-históricos também chamam a atenção do poder público para a necessidade de preservação da área, que integra o roteiro de um geoparque em fase de implantação.

O professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Sandro Marcelo Scheffler, contou como ocorrem os rastros fossilizados nas rochas.

"São dezenas de pegadas na margem do rio, mas poucas estão bem preservadas. A maioria constitui-se de undertracks, ou seja, a camada de terra compactada que se formou debaixo da pegada já erodida pelo tempo", relata.

Scheffler esteve no local quatro anos atrás com o colega pesquisador Rafael Costa da Silva em busca de informações, e ambos observaram à época que a maioria dos vestígios sofreu desgaste pela ação da água do rio.

Na semana passada, a visita foi coordenada por técnicos da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), que fizeram levantamentos para iniciar o processo de cessão do terreno ao município de Nioaque.

A prefeitura tem interesse em explorar o turismo na área, segundo o superintendente regional Mário Sérgio Sobral Costa.
Técnicos do Patrimônio da União fazem levantamento no local
"A lei diz que todo rio é federal quando, entre outros critérios, encontra-se na faixa de fronteira. É o caso do rio Nioaque. Portanto, o terreno de até 15 metros a partir da margem pertence à União. Estamos fazendo medições para reservar o sítio com as pegadas e cedê-lo com finalidades específicas de exploração turística e científica", explica o gestor.

O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) também está ajudando nas investigações geológicas, como relata o superintendente regional Antonio Claudio Leonardo Barsotti.

"O primeiro passo é o agendamento da vinda de três paleontólogos do Museu de Ciências da Terra para visita ao sítio. Além de mim, outros dois geólogos também acompanham o processo", afirma.


Bípedes de postura ereta


Pesquisas preliminares apontaram que as pegadas teriam sido deixadas no período Cretáceo por dinossauros bípedes de postura ereta, como os ornitópodes.

Scheffler e Silva, no entanto, acrescentaram a possibilidade de que sejam rastros de terópodes, cujo exemplar popularmente conhecido é o tiranossauro.

O local foi descrito pela primeira vez no final da década de 1980 pelo professor Gilson Martins, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Em outubro de 2010, Martins e outros três pesquisadores publicaram em revista científica um artigo listando os fósseis e afloramentos conhecidos no estado, entre esses o sítio paleontológico que fica a 2,7 quilômetros a jusante da ponte sobre o rio Nioaque.

O professor do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Boggiani, alerta para a necessidade de estudos mais aprofundados antes de se afirmar que as evidências remontam de fato à era dos dinossauros.

"São vestígios interessantes, mas é preciso que sejam estudados e comprovados", aponta. O estudioso reconhece, porém, o valor social da descoberta.

"Além de ajudar a contar a história do planeta, abre possibilidades para o turismo científico, por exemplo. Poderá desenvolver a economia local e até ajudar na popularização da ciência, de maneira geral", observa.


Geopark em MS: segundo das Américas


Embora a existência das pegadas seja conhecida na região há mais de duas décadas, apenas nos últimos três anos o poder público demonstrou interesse em preservar o local e destiná-lo à pesquisa e ao turismo.

O sítio foi incluído no Geopark Bodoquena/Pantanal, criado em 2009 pelo governo estadual e que busca o aval da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
Vestígios chamam a atenção de turistas e estudiosos
O projeto abrange 13 municípios e conta com destinos como Buraco das Araras, em Jardim; Grutas do Lago Azul e de São Miguel, em Bonito; e o fóssil da Corumbela, em Corumbá.

Mato Grosso do Sul rivaliza com Minas Gerais e Rio de Janeiro em busca do título de segundo geoparque das Américas.

Os três estados querem a homologação de seus geoparques pela Unesco. No Brasil já existe o Geopark Araripe, criado em 2006 no Ceará.

27 julho, 2011

Chineses propõem nova classificação para espécie de dinossauro

Archaeopteryx no Museu Natural de Berlim

De acordo com estudo, o arqueoptérix não seria o ancestral mais antigo dos pássaros.

A descoberta de um novo dinossauro apelidado por cientistas chineses de Xiaotingia zhengi fez a Academia de Ciências de Pequim sugerir uma reclassificação para o já conhecido Arqueoptérix, considerado um ancestral das aves.
Descoberto há 150 anos, na Alemanha, o Arqueoptérix viveu há cerca de 150 milhões de anos, tinha penas e asas, uma cauda com estrutura óssea e dentes.
Os pesquisadores chineses disseram ter apenas poucas evidências sobre a espécie não ser mesmo um predecessor dos pássaros, e que ainda querem analisar a espécie recém-descoberta para terem certeza.
Para este estudo, os cientistas compararam 384 traços anatômicos específicos de 89 espécies para descobrir como eles se relacionavam.
O resultado disto foi uma linhagem que agrupou o Archaeopteryx com o deinonicossauro, um bípede carnívoro considerado um parente dos pássaros. Mas esse resultado só apareceu quando a análise incluiu o Xiaotingia zhengi.
A árvore filogenética ao qual pertence o Arqueoptérix já foi alterada diversas vezes nas últimas décadas. Nela estão pequenos dinossauros bípedes que teriam dado os primeiros passos em direção a uma vida nos céus.
A proposta de reclassificação, publicada na revista científica Nature, não altera a noção de que os pássaros surgiram de parentes próximos ao Arqueoptérix, mas devem fazer os paleontologistas repensarem a evolução das aves.


26 julho, 2011

Siga pegadas pré-históricas no Vale dos Dinossauros em Sousa, no sertão da Paraíba

Réplicas de dinossauro feitas com fibra podem ser observadas no interior do Vale dos Dinossauros
Diz a tradição local que em 1897 um velho tropeiro viajante chegou em casa com a notícia de que havia encontrado imensos rastros de bois e emas sobre pedras do sertão, no extremo oeste da Paraíba.

Os boatos correram e já se dizia que eram marcas deixadas por um lobisomem ou alguma alma que vagara por aquelas terras distantes.

Mas aqueles misteriosos sinais tinham pouco de sobrenatural e eram pistas do plano terreno mesmo: pegadas de dinossauros, cuja veracidade seria confirmada pelo geólogo Luciano Jacques de Moraes, em 1924.

Localizado em uma área de 40 hectares, em pleno sertão da Paraíba, o Vale dos Dinossauros possui pequenas trilhas que dão acesso a passarelas de observação de pegadas fossilizadas de animais com mais de 100 milhões de anos, como as do Iguanodonte da foto
A história ficou submersa, literalmente, por alguns anos devido à falta de interesse local ou de estudos paleontológicos sérios até que o século seguinte fosse marcado por descobertas que colocariam o local entre os sítios paleontológicos mais importantes do planeta.

Localizado em Sousa, a 444 km de João Pessoa, a capital da Paraíba, o Vale dos Dinossauros possui 40 hectares de extensão e abriga pegadas pré-históricas sedimentadas no solo como as do iguanodonte herbívoro, um animal de 3 metros e que chegava a pesar 4 toneladas, e de ferozes carnívoros como o velociraptor ou o pterossauro.
Uma das provas de que o sertão um dia foi o fundo do mar são essas mostras de pedras com marcas de conchas marinhas expostas no centro de visitantes do Vale dos Dinossauros, em Sousa, na Paraíba


Os nomes complexos, acompanhados de descrições detalhadas sobre o cotidiano daqueles seres dadas pelo guia, nem sempre empolgam, mas ver de perto rastros de, aproximadamente, 110 milhões de anos pode ser uma das experiências mais inusitadas do interior do Nordeste brasileiro, mesmo após uma viagem de quase seis horas por uma das regiões mais quentes daquele estado e a estrutura precária do parque que, segundo funcionários locais, deve ser melhorada com a parceria de uma empresa privada.

O local, que faz parte de uma grande área de 700 km², conta com três passarelas para observação de pegadas e de 13 placas no solo que, juntas, totalizam 130 milhões de anos de informações geológicas; um pequeno centro de visitantes com um acervo formado por peças como uma árvore fossilizada de 110 milhões de anos e recortes de pedras com outros tipos de pegadas animais.
Detalhe de uma árvore fossilizada de 110 milhões de anos encontrada na região do Vale dos Dinossauros, no sertão da Paraíba

A região parece mesmo ter talento para os temas misteriosos e abriga também um hotel tradicional cujas águas locais possuem poderes terapêuticos.

Inaugurado no início da década de 40, o estabelecimento se localiza na zona rural de São João do Rio do Peixe e é conhecido pelas cinco fontes termais e pela argila medicinal utilizada em tratamentos de doenças de pele ou de beleza.

Segundo estudos feitos ainda na década de 30 do século passado, aquelas águas têm origem filoniana e atingem a superfície a partir de uma fenda geológica que seria resultado de antigas manifestações vulcânicas.
Detalhe de uma das pedras que guardam pegadas de dinossauros de mais de 110 milhões de anos, em Sousa
Para completar o clima histórico desse estabelecimento, cuja administração está sob os cuidados do governo paraibano desde 1964, a estância termal está construída na mesma região onde um dia funcionara a fazenda das freiras do Convento da Glória, doada por padres jesuítas e inspiração suficiente para que o hotel tivesse evidentes referências a aquele tipo de construção religiosa.

Em território tão árido e distante, o melhor programa ainda é ver rastros de dinossauros e tomar banhos em águas cujas temperaturas variam, naturalmente, entre 35° e 37°.

Nem a imaginação fértil daquela gente do final do século 19 foi capaz de imaginar tantas boas e misteriosas histórias para aquelas terras.

Pesquisadores encontram o maior dente fóssil de dinossauro do mundo

Pesquisadores divulgaram uma fotografia que mostra o maior dente fóssil de dinossauro do mundo. O dente pertenceu a um Pukyongosaurus (lagarto de Pukyong). O fóssil foi descoberto na província de Gyeongsang, a 470 km de Seúl, na Coréia do Sul.

22 julho, 2011

Paleontólogos descobrem fóssil de crocodilo pré-histórico no Texas

Um crocodilo pré-histórico que se acreditava ter vivido inicialmente na Europa agora parece ser nativo do Texas, nos Estados Unidos.

A mudança na tese sobre a origem do Terminonaris é baseada na identificação de um fóssil bem preservado que foi descoberto na costa de um lago perto de Dallas, mostra reportagem do "Science Daily".
O fóssil de 96 milhões de anos é o mais antigo crocodilo pré-histórico deste tipo no mundo, de acordo com o paleontólogo Thomas L. Adams, da Universidade Metodista do Sul, em Dallas e que identificou os restos do animal.
Primo distante dos crocodilos e jacarés modernos, o Terminonaris era similar a um gavial indiano, mas um pouco maior. 


- O reconhecimento do Terminonaris aqui no Texas realmente muda muita coisa sobre o que pensávamos que sabíamos sobre esse grupo - disse Adams.
- Agora sabemos que eles tinham uma faixa de distribuição mais ampla e que são muito mais antigos. Esta é a primeira ocorrência de Terminonaris no Texas. Também é a mais antiga ocorrência dele no mundo, e é o local mais ao sul onde ele foi encontrado.
Há outras seis peças de fósseis de Terminonaris conhecidas: cinco da América do Norte e uma da Europa. Acreditava-se que a alemã era a mais antiga.
Os cientistas concluíram que os Terminonaris surgiram na Europa e depois atravessaram o Atlântico e se dispersaram pela América do Norte.
- Agora sabemos que o Terminonaris muito provavelmente se originou aqui no Texas e depois de dispersou para outros locais - disse Adams.

Fóssil mostra primeira fêmea de lagarto grávida

A fêmea de lagarto grávida levava mais de 10 embriões
Cientistas encontraram na China um fóssil de 120 milhões de idade que seria da primeira fêmea de lagarto grávida.
O fóssil é completo, com 30 centímetros de comprimento e seria o mais antigo de uma fêmea de lagarto grávida já descoberto, com mais de uma dezena de embriões.
Os pesquisadores do University College de Londres, que estudaram o fóssil, afirmaram que, quando morreu, a fêmea de lagarto estava apenas a dias de ter os filhotes, durante o período Cretáceo.
O fóssil é especialmente interessante para os pesquisadores pois mostra um réptil que da à luz filhotes ao invés de botar ovos. Apenas 20% dos lagartos e cobras vivos atualmente têm filhotes desta forma.
"Não pensei muito no fóssil quando o vi pela primeira vez", disse a professora Susan Evans, do University College de Londres, uma das autoras da pesquisa.
Mas, quando o colega de Evans, Yuan Wang, da Academia de Ciências da China, examinou o fóssil, viu os restos minúsculos de pelo menos 15 embriões quase totalmente desenvolvidos.
"Sem dúvida, quando examinei no microscópio, pude ver todos estes bebês", afirmou Evans. "Esta espécie é a mais antiga fêmea de lagarto grávida que já vimos."
"E isto implica adaptações fisiológicas, como fornecimento de sangue adequado para os embriões e casulos muito finos, ou nenhum casulo, para permitir o fornecimento de oxigênio", acrescentou a professora.
O fóssil está tão bem preservado que até os dentes minúsculos dos embriões podem ser vistos.

Marinhos

A fêmea de lagarto foi identificada como uma espécie de Yabeinosauro, um lagarto grande e relativamente primitivo e a descoberta foi divulgada na revista especializada Naturwissenschaften.
O fóssil veio do nordeste da China, de um grupo de rochas sedimentares famoso, o grupo Jehol, onde já foram encontradas centenas de espécies de dinossauros, peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
Até o momento, os registros de fósseis apenas mostravam exemplos de lagartos marinhos que podiam dar à luz a filhotes.
Cientistas pensavam que, em répteis extintos, esta forma de ter filhotes estava restrita apenas a espécies aquáticas, como o Ictiossauro. Estas criaturas seriam capazes de se mover sem dificuldade pela água, mesmo durante a gravidez.
"Nós sabemos que este lagarto vivia perto da água e pensamos que é provável que eles podiam nadar mesmo se vivessem em terra", afirmou Evans.
"Isto faria sentido, pois uma fêmea de lagarto grávida ficaria menos limitada por carregar seus filhotes - ela seria capaz de escapar para a água se um dinossauro faminto se aproximasse", acrescentou a pesquisadora.

16 julho, 2011

Triceratops foi o último dos dinossauros

Um Triceratops pode ter sido o último dos dinossauros sobreviventes, segundo uma pesquisa da Universidade Yale, dos EUA, publicada esta semana pela revista "Royal Society Biology Letters".

De acordo com o estudo, os fósseis do réptil foram descobertos no estado americano de Montana e datam de 65 milhões de anos atrás - mesma época em que um meteorito teria atingido a Península de Yucatan, no México, dando fim à era dos grandes lagartos.
A camada do solo em que o fóssil foi descoberto está muito próxima à do período posterior à grande extinção, dominado por outros animais - mamíferos e aves, principalmente.
Tão próxima que, segundo os pesquisadores, seu estudo poderia derrubar uma teoria há muito conhecida entre paleontólogos: a possibilidade de que os dinossauros já estavam entrando em extinção muito antes da chegada do meteorito.
- Ainda não é possível saber quando eles começaram a sumir - destaca o paleontólogo Alexander Kellner, do Museu Nacional, no Rio, que não participou da pesquisa. - O ponto alto deste novo trabalho é encontrar aquele que seria o mais novo dos dinossauros.
Não há, no entanto, nada de especial que tenha feito os triceratops durar mais do que as outras espécies. Quem continuar com as buscas logo encontrará outros contemporâneos dessa espécie, talvez até tyrannosaurus.
Kellner, assim como os autores do novo estudo, concorda que a queda do meteorito atirou bilhões de toneladas de cinzas no ar.
A poeira filtrou a luz do Sol, provocando um "inverno nuclear", que esfriou o planeta e secou a vegetação da qual os dinossauros dependiam, direta ou indiretamente.
- Sabe-se que as mudanças climáticas contribuíram para a extinção das espécies - explica Kellner. - Entre os pterossauros, a diversidade de espécies foi diminuindo muito antes desse impacto final. Se o mesmo vale para os dinossauros, ainda temos um longo caminho para percorrer.

13 julho, 2011

Chifre pode resolver o mistério da extinção dos dinossauros

Um pequeno chifre fossilizado, descoberto em um local incomum, pode acabar com a polêmica sobre a causa do desaparecimento dos dinossauros há 65 milhões de anos, que há três décadas divide os partidários de diversas teorias.

Segundo um estudo publicado nesta terça-feira na revista Biology Letters da Royal Society britânica, a presença deste chifre de dinossauro em uma camada das colinas do estado de Montana, nos Estados Unidos, sugere uma brusca mudança climática provocada pela queda de um asteróide na Terra.
Durante muito tempo, o desaparecimento dos dinossauros foi um mistério que deu lugar a diversas especulações.
Os especialistas se limitavam a afirmar que seus fósseis abundam na era mesozóica (-248 a -65 milhões de anos), mas que não são encontrados outros rastros nas rochas mais recentes.
Em 1980, vários cientistas da Universidade da Califórnia, liderados por Luis Alvarez e seu filho Walter, descobriram que uma camada de argila de 65 milhões de anos continha uma forte taxa de irídio, um metal muito raro e quase ausente da superfície da Terra, mas presente nos meteoritos.
Para os pesquisadores, era um sinal de um impacto da colisão com a Terra de um grande objeto vindo do espaço, que teria provocado uma catástrofe ecológica que apagou bruscamente os dinossauros do planeta, assim como diversas espécies animais e vegetais.
Em março de 2010, 41 pesquisadores apontaram como causa um asteróide de 15 km de diâmetro que caiu em Chicxulub, na província mexicana de Yucatán, atingindo a Terra com uma potência fenomenal.
A teoria, muito polêmica no início, foi alimentada mais tarde por diversos estudos, que não convenceram os defensores da principal teoria adversa.
Embora estes especialistas não neguem a queda do asteróide, consideram que esta extinção massiva está vinculada a fenômenos vulcânicos muito mais antigos, cuja origem encontra-se na atual Índia.
Após 1,5 milhão de anos, estas erupções teriam desembocado no mesmo resultado que o asteróide: um lento esfriamento e depósitos de irídio ou de outros minerais raros.
Segundo alguns cientistas, a população de dinossauros já teria desaparecido antes da queda deste asteróide no Yucatán.
A prova seria a existência de uma camada de três metros nos sedimentos geológicos anteriores ao período do meteorito, no qual jamais foram descobertos fósseis de dinossauros.
Mas agora a equipe dirigida por Tyler Lyson, da Universidade de Yale, encontrar o chifre frontal de um ceratops 13 cm abaixo do limite geológico que marca o início do episódio da queda do meteoro.
"A localização deste dinossauro demonstra que não existe um "vazio de três metros" no Cretáceo e é incompatível com a hipótese segundo a qual os dinossauros (...) desapareceram antes do impacto" do asteróide, conclui o estudo do professor Lyson.
No entanto, a polêmica não está definitivamente enterrada. Os geólogos que descobriram este chifre reconhecem que não podem explicar a ausência total de fósseis em uma camada de sedimentos de 125 cm depositada imediatamente após a queda do asteróide.

Dinossauros estrelam exposição no Museu de História Natural de Los Angeles

Os dinossauros trocarão Hollywood pelo Museu de História Natural de Los Angeles (NHM), a partir do próximo sábado (16), com a inauguração de uma das maiores exposições do mundo sobre esses animais pré-históricos.
Mais de 300 fósseis e 20 exemplares completos compõem a ambiciosa mostra, atualizada com as descobertas mais recentes e com diversos itens que nunca foram apresentados ao público, dizem seus curadores.
"É um sonho que se torna realidade", disse o paleontólogo argentino Luis Chiappe, diretor do Instituto dos Dinossauros do NHM e "pai" da exposição, em visita guiada para a imprensa.
A coleção tem desde excrementos fossilizados, pegadas e ovos até gigantes herbívoros como o tricerátopo, o estegossauro e o imenso mamenquissauro de mais de 20 metros de comprimento, passando por réplicas do "fruitadens" - do tamanho de um esquilo - e uma sala dominada por tiranossauros.

"As pessoas acreditam que todos os animais que viveram com os dinossauros são dinossauros, que todos os dinossauros viveram ao mesmo tempo e que estão todos extintos, mas queremos mostrar que existem descendentes vivos", indicou o cientista, em referência a algumas aves.

TIRANOSSAURO REX

O ponto alto dessa nova coleção permanente do museu são três exemplares de tiranossauros rex que compõem uma série única que reflete os períodos de desenvolvimento do famoso predador do período Cretácio Superior.
"É possível ver como esses animais, em alguns momentos, cresciam em grande velocidade, mas não tinham esse mesmo comportamento durante a vida toda, o que nos dá uma visão especular sobre seu comportamento", declarou Chiappe.

O menor dos rex é uma espécie que morreu quando tinha dois anos e media 3 metros de comprimento, metade do tamanho do segundo exemplar mais velho, morto aos 14 anos.
Já o "irmão" mais velho da coleção morreu aos 17 anos, somente três a mais que o do meio, mas com quase o dobro de peso e de comprimento.

ÍCONES

A exposição ocupa 1.300 metros quadrados, distribuídos em duas salas completamente renovadas, e é um dos elementos chave do plano de modernização do museu, com vista à comemoração de seu centenário em 2013.
"Sabemos que os dinossauros são os ícones de um museu da história natural", afirmou Chiappe, ciente da expectativa que despertam esses animais.
"Desde crianças somos fascinados por essas criaturas enormes e misteriosas. É como se fossem dragões da era medieval, tão incríveis com suas cabeças e suas caudas", afirmou o paleontólogo, que em Los Angeles reconheceu a importância que Hollywood teve em fomentar o interesse geral a respeito do tema.
"Acho que, de alguma maneira, serviram à ciência", admitiu Chiappe, classificando como "muito divertida" a saga "Jurassic Park", de Steven Spielberg e baseada nos livros de Michael Crichton. "Não existe uma forma de recriar os dinossauros nos dias de hoje, isso é certo, e é algo que duvido que possa ser feito no futuro também", comentou o cientista.
Mas os visitantes poderão se deparar com algo parecido com o que ocorre nos filmes. De vez em quando, uma maquete gigante de um tiranossauro percorre os corredores do museu mostrando os dentes e emitindo um potente rugido.

02 julho, 2011

Pesquisadores encontram fóssil de crocodilo mais antigo da Europa

O crocodilo mais antigo da Europa, cujo crânio fossilizado foi encontrado na jazida paleontológica de Arén, no nordeste da Espanha, conviveu com os dinossauros há mais de 65 milhões de anos e tinha um tamanho menor do que os seus familiares atuais.
As características desta espécie e a importância da descoberta foram detalhadas por um grupo de pesquisadores da Universidade de Zaragoza, que trabalha há anos na jazida de Arén, na publicação científica de relevância internacional chamada Plos ONE.
O fóssil, batizado de "Arenysuchus Gascabadiolorum", é o mais antigo da Europa e o segundo mais antigo do mundo, junto com a espécie americana "Prodiplocynodon Langi".
A pesquisa revela que o fóssil corresponde a um réptil cuja longitude oscilaria entre 1 e 1,5 metros, e com um aspecto e modo de vida muito similares aos dos crocodilos atuais.

01 julho, 2011

Cientistas brasileiros descobrem réptil aquático pré-histórico mais antigo da Antártica

Hoje um deserto gelado, a Antártica já foi um continente de clima mais ameno, com uma biodiversidade bem maior do que se pensava.

Prova disso é uma descoberta feita por cientistas brasileiros e publicada recentemente na revista científica "Polar Research".

Eles acharam fósseis de um tipo de réptil aquático pré-histórico conhecido como plesiossauro ("quase lagarto", na origem grega) que não só eram cerca de 15 milhões de anos mais antigos que todos registrados anteriormente como também não pertencem a nenhum dos grupos normalmente encontrados na região.

Contemporâneos dos dinossauros ("lagarto terrível", ainda em grego), os plesiossauros constituem uma ordem à parte, apesar de também serem répteis gigantes e carnívoros e terem sido totalmente extintos junto com os dinos há cerca de 65 milhões de anos.

Acredita-se que a lenda do monstro do Lago Ness, na Escócia, tenha surgido a partir da identificação do primeiro fóssil de uma espécie do grupo, um animal de corpo largo e pescoço longo encontrado na Inglaterra no século XIX.
- Nossa descoberta abre o espectro da diversidade da presença destes animais na Antártica - conta Alexander Kellner, professor do Departamento de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional, da UFRJ, e um dos autores do artigo.
O fóssil não pertence ao grupo dos elasmossaurídeos, o principal conhecido na região, e pode ser tanto de uma família nova de plesiossauros quanto de outra já conhecida mas nunca antes registrada lá.

Expedição recolheu mais de 2,5t de materiais
O grupo de Kellner encontrou os fósseis na Ilha de James Ross, na Península Antártica, durante expedição de 72 dias realizada no verão polar austral de 2006 para 2007.
Ao todo, foram recolhidas mais de 2,5 toneladas de materiais e rochas no período de 37 dias em que ficaram acampados no local, grande parte de plantas, moluscos e outros animais invertebrados.
Entre o material, no entanto, também estavam vértebras e ossos dos membros e nadadeiras do plesiossauro, que os pesquisadores calculam que tinha entre seis e sete metros de comprimento.
Um modelo do animal, diversos destes materiais e equipamentos usado na expedição estão na exposição "Fósseis do Continente Gelado - O Museu Nacional na Antártica", em cartaz na instituição.
- A maior parte dos restos era de vértebras cervicais, isto é, do pescoço do animal, e foi o que nos permitiu saber que ele era de um grupo diferente dos que já se sabia que existiam lá - explica Tiago Rodrigues Simões, mestrando do Programa de Pós-graduação em Zoologia do Museu Nacional e também autor do estudo na "Polar Research".
- E, pelo local onde elas foram coletadas, chegamos à conclusão de que este plesiossauro é o mais antigo representante deste grupo conhecido na Antártica, com cerca de 85 milhões de anos.
Segundo Kellner, as vértebras e ossos foram encontrados em um pequeno espaço de cerca de dois metros quadrados.
Como não havia duplicidade dos restos nem uma diferença gritante no seu tamanho, os cientistas puderam presumir que todos pertencem ao mesmo animal.
O pouco material encontrado, no entanto, não permitiu que eles identificassem se pertencem a uma nova espécie ou não.
- Infelizmente, por causa da pouca quantidade de material coletado, não conseguimos determinar isso - lamenta o paleontólogo.
- Só nos resta voltar lá e continuar procurando, até porque esta foi apenas a primeira expedição de bandeira brasileira na busca de fósseis de vertebrados na Antártica. Se em só uma expedição fizemos uma descoberta dessas, imaginem nas próximas.
Ainda estudante de graduação na época da viagem, Simões não participou da expedição e aguarda ansioso a oportunidade de continuar os estudos no continente gelado.
- A Antártica é um continente inteiro com poucas décadas de pesquisas científicas dedicadas a ele - lembra. - Isso abre a possibilidade de grandes descobertas em muitas áreas.

Estudo descobre coloração de aves fossilizadas de 100 milhões de anos

Confuciusornis sanctus
Gansus yumenensis
Um grupo de cientistas descobriu traços químicos de um pigmento que coloriu as penas das aves que viveram há mais de 100 milhões de anos, quando os dinossauros predominavam na Terra, informa uma reportagem publicada na quinta-feira pela revista "Science".
Para o estudo, os pesquisadores usaram radiação de síncrotron no exame de dois pássaros fossilizados.
Um deles, o "Confuciusornis sanctus", que viveu há 120 milhões de anos, foi um dos muitos elos da evolução entre os dinossauros e as aves, e apresentava o primeiro bico de ave conhecido.
Já o "Gansus yumenensis" é considerado o pássaro moderno mais antigo. Viveu há mais de 100 milhões de anos e se parecia aos mergulhões do presente.
Os pesquisadores do Laboratório Nacional de Acelerador SLAC, vinculado ao Departamento de Energia dos EUA, assinalaram que o pigmento, conhecido como eumelanina, é um dos agentes corantes que deram origem aos olhos castanhos e ao pelo escuro em muitas espécies modernas, inclusive os humanos.

A eumelanina deve ter sido, além disso, um dos fatores que determinava os padrões de cor nos pássaros daquela época, em combinação com as propriedades estruturais das penas das aves e outros pigmentos que elas ingerissem em sua dieta.
A descoberta ajudará ilustradores de livros, produtores e técnicos responsáveis pelos efeitos especiais no cinema, que poderão contar com uma paleta de cores mais realista em suas representações dos animais antigos.
Para os cientistas, é importante entender esses padrões, pois eles influenciam vários comportamentos importantes na evolução, tais como a camuflagem das aves, a comunicação entre elas e a seleção do parceiro sexual.
"Este é um pigmento que evoluiu há muito, muito tempo, mas continua sendo sintetizado ativamente por organismos do planeta. Encontramos uma forma de fazer seu mapa genético e mostrar sua presença sobre 120 milhões de anos", disse o geoquímico Roy Wogelius, da Universidade de Manchester, no Reino Unido.
"Há uma relação direta entre você, eu e alguns organismos extremamente antigos", acrescentou o pesquisador, um dos membros da equipe internacional que informou sobre a descoberta.
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